Meu sonho italiano


Imagem: "Stone Farm In Tuscany" by Joe Lanni

Minha vida é um livro e eu nunca fui muito de criar pessoas. Eu faço-as na minha cabeça, dia após dia. Trato alguém bem aqui, sou rude ali. Minha família é como o casco da tartaruga.

Um dia me apaixonei por uma garota e seu gosto era doce. Ela deitava-se em mim como se eu fosse um tecido inorgânico liso e fino, um lençol. Ela se esparramava. Acordava as 10 e pedia-me para retirar as remelas de seus olhos. Ria de mim, enquanto eu cantava no banho, com as luzes acesas ao meio-dia. Tirava as fotos mais bonitas do mundo e vivia no mesmo lugar que eu, no limiar. Gritava enquanto eu tocava, no quintal, todo fim de tarde. Era um ritual. O por do sol avisava veemente. Ele não pára.

Lutei e fingi para mim mesmo que o eterno existia. Contei a maior das mentiras para o maior dos meus egos. Olhei no espelho e falei: o encontro da luz e do tempo não é a matéria, é a vida. Errei. E assim ela partiu. Os recados na porta da geladeira caíram e se perderam sob a poeira ou sob o tapete, não me lembro bem. A casa de Florença sentiu-se mais só do que um escorpião em uma roda de fogo. Era uma entidade que nos completava. Quando uma parte da gente morre, a outra perece. Só os humanos tem destreza necessária pra impedir tal sina, e às vezes nem tem. Casas são apenas casas.

E o ar que eu inalava era seco e ardente. Um ácido que me corroia por dentro. E aquilo me deixou ébrio, por anos ébrio... Até eu ver que a realidade é o drama e a verdade é guinada. Sempre guinada. E agora só me restam memórias, estáticas e maleáveis. Capazes de me iludir o suficiente por apenas uma noite, e isso basta por hoje.

TOP 10 clipes mais legais de 2010

Eu listei os 10 clipes mais legais de 2010, na minha opinião. E resolvi postar.

10. Lady GaGa – Telephone (Feat. Beyoncé)

Pra falar a verdade, não é nem de longe o meu vídeo preferido da GaGa. Tem coisa muito melhor, como Bad Romance, Paparazzi, Lovegame e Poker Face. Mas Telephone foi o vídeo que mais "causou" em 2010. Pra mim, causou preguiça (o vídeo tem 10 minutos) e um pouco de nojo daquela comida engordurada do namorado da beyoncé (eca!). De qualquer forma, tem uma coreografia legal, que as bees tentam imitar na boate e o máximo que conseguem é dar bafão. 


História: Uma vadia sai da cadeia e se junta com outra vadia pra matar todos que as fizeram sofrer no passado (wtf). Ok, se juntam apenas para causar um genocídio em uma lanchonete de beira de estrada (daquelas que você pára quando está indo pro Espírito Santo de ônibus e paga 8 reais em um pão de queijo murcho) e aproveitam para fazer uma dancinha escrota no meio dos cadáveres. Não tem jeito, É HIT!

A música: A música já cheirava HIT antes do clipe ser lançado. Conseguiu um bom pico e muita repercussão.

09. Katy Perry – Firework

Dos três vídeos da era Teenage Dream, esse é o mais bonito. Primeiro por que é um show pirotécnico sedutor – sim, muito sedutor. Segundo por que o cenário é lindo. Terceiro por que tem um beijo gay.


História: Não tem muita história. Katy Perry está na sacada de uma construção estilo castelos britânicos do século 14 quando começa a expelir fogos de artifício dos seus seios. Aí de repente a cidade entra na onda e começa andar e cantar e pular, enquanto cada cidadão expele seu próprio firework pros céus e tudo vira uma grande festa. No meio disso tudo, tem um menino internado num hospital (provavelmente com câncer ou alguma doença mais grave) que assiste a um parto muito incomum, dois caras se pegando e uma menina fazendo a Mariah e pulando na piscina, esparramando água pra todo lado obviamente.

A música: Ao ser anunciada como single, muitos disseram que não ia manter o bom desempenho das músicas anteriores. Engano. Firework é mais um HIT da Katy Perry (o terceiro consecutivo do mesmo CD) e está há três semanas no topo da parada americana.

08. Rihanna – Rude Boy

Esse clipe foi uma voadora no pâncreas de todo mundo (fãs ou não). A música sempre foi legalzinha, tipo "ok", chiclete, grudaria rápido... Mas pra que tantas cores e tanta apelação, Rihanna? Quando o clipe saiu, a maioria achou tosco e incondizente com a música.


História: O Vídeo não tem história. A rihanna aparece com alguns trajes obscenos fazendo danças obscenas ao lado de garotos obscenos e aí temos um dos melhores clipes da vida dela. Rude Boy é o clipe mais trash que a Rihanna já fez, por mais bem produzido que tenha sido. A coisa é tão esquisita que não foge da comparação a um clipe da Ke$ha (Your Love Is My Drug). É claro que Rude Boy é infinitamente superior, apenas pela repetição excessiva da boca carnuda e vermelha de Rihanna no clipe. Ui. O que chama a atenção em Rude Boy é o figurino da Rihanna durante o Middle 8 (meio zebróide) e o cenário extremamente colorido.

A música: A música tinha tudo para não dar certo (tendo em vista que os singles do Rated R, penúltimo álbum de Rihanna, não tiveram desempenho excepcional). Mas seja lá por que, a música emplacou e virou o maior hit do CD. Ficou 5 semanas no topo das paradas americanas. Alguns dizem que rolou Jabá, mas enfim... Vai saber! Vale a pena rever o clipe.

07. Paramore – The Only Exception

The Only Exception é simples, sutil, coerente com a música e absolutamente perfeito. Esteja você apaixonado ou não, esteja você deprimido ou feliz, The Only Exception sabe tocar o seu coração.


História: Hayley está deprimida por que seu pai perdeu sua mãe (seja por que ela fugiu com algum safado ou seja por que ela simplesmente morreu) e desde então aprendeu a não amar ninguém, para assim não sofrer como seu pai sofrera. E com o passar do tempo ela encontrou muitos homens, mas nenhum conseguiu fazê-la se apaixonar. Eis que ela encontra sua "única exceção". Sério, o clipe tem um conceito lindo e nem tem a produção cara. É bonito por ser simples.

A música: Juntamente com "Misery Business", The Only Exception é a música de maior sucesso do Paramore mundialmente falando. Os fãs costumam reclamar dizendo que é "modinha". Que seja. Eu vou ao show deles em fevereiro e vou me esguelar de tanto cantar essa música.

06. Take That – The Flood

Não conheço muito o Take That, mas resumindo: é a banda do Robbie Williams e também é a Boy Band mais poderosa do Reino Unido. Esse foi o clipe do "comeback" deles com o Robbie. A princípio o clipe é meio sem sentido, mas no final fica legalzinho.


História: Cinco cinqüentões de roupinha branca justinha no corpo em algum lugar há muitos anos atrás disputando uma corrida de barco com outra equipe composta por cinco homens 30 anos mais jovens. A equipe dos homens jovens está sempre à frente da banda Take That, que, puff, coitados, já estão velhos demais pra acompanhar o ritmo dessa turminha de hoje em dia né??? É. Até a corrida acabar... Vejam!

A música: Não foi #1, mas como single de comeback teve um ótimo desempenho. O álbum, por outro lado, já vendeu litros, rios, mares, oceanos.

05. Ellie Goulding – Your Song

Ellie é linda, tem um sotaque britânico MARAVILHOSO, e um rosto de cantora humilde (tipo Duffy e Pixie, sabe?) que é impossível não se sentir agraciado com sua aparência. Esse clipe é pouco produzido, uma câmera constantemente móvel, com um ar de amador... Mas com uma sutileza e simplicidade que encanta. O cenário também é aconchegante; outono em algum lugar do Reino Unido.

 

História: Não tem. É ela andando e cantando e massageando o gato.

A música: Cover do Elton John. Uma infinidade de artistas regravaram essa música; mas até hoje, a regravação mais bonita que já ouvi, foi essa da Ellie. A música teve um bom desempenho nas paradas britânicas.

04. Cheryl Cole – Promise This

Ex mulher do jogador inglês Ashley Cole, e integrante da segunda maior girl band da história do UK (Girls Aloud), Cheryl lançou seu segundo álbum esse ano e o single de abertura foi Promise This. 


História: O clipe é meio sem sentido. Ela está num quarto e é surpreendida por um homem que abre a porta. A cena se repete umas dez vezes e então os papéis se invertem: ela abre a porta e o homem está no quarto. Aí tem uma ponte... E umas folhas voando... E uma coreografia Just ok. Ah, não vou ficar explicando esse clipe que não tem explicação. Assistam.

A música: A gente não sabe se ela tá cantando pro ex marido ou pro mosquito que lhe picou e lhe trouxe malária (doença com a qual ela quase morreu em meados desse ano), mas o que se sabe é que a música virou Hit. Barrou "Only Girl" da Rihanna, na semana em que foi lançada, e alcançou o topo da parada britânica. O bom da música é a ponte em francês "alouette ette ette". Impossível não viciar.

03. Willow Smith – Whip My Hair

Will Smith, gostosão de Hollywood, já está querendo aposentar e quer que seus filhos o sustentem pro resto da vida. Pra isso ele já enfiou o mais velho no Karatê Kid esse ano (e agora o menino é o mais novo queridinho da indústria cinematográfica americana, boa Will, é isso aí). Agora a filha dele assumiu uma personalidade super bem definida aos FUCKING 10 anos de idade e lançou um single. Que. Fez. Sucesso. Se Willow Smith fosse do Brasil, ela seria mais uma funkeira vadia apadrinhada por Tati Quebra Barraco. Sério, vejam a mórbida semelhança.

[SEGUE O LINK DO VÍDEO]

História: Willow entra numa sala de aula que mais parece um hospício, por que estão todos de branco, e o cenário todo é branco. Ela bota um som pra quebrar no seu estéreo e começa a sacudir o cabelo. O negócio é que ela vai molhando o cabelo dela na tina e sacudindo, e assim, colorindo o cenário. A criançada entra na onda e a zona começa. Bate cabelo pra cá, sujeira pra lá... No final tá tudo colorido. O conceito é até legal, mas a gente sabe que não foi ela que pensou no clipe. Infelizmente.

A música: Alguns acharam que ia ser hit eterno e ela ia alcançar o topo da parada americana, mas isso não aconteceu. Whip My Hair é apenas uma música que fez um sucesso relativo, fim.

02. Kylie Minogue – Get Outta My Way

Depois da orgia pacifista de All The Lovers, Kylie se conteve mais e lançou um clipe meramente dançante. Get Outta My Way entra nessa lista em #2 por que é muito, muito legal.


História: Sem história. Ela acorda deitada num painel eletrônico que vai mudando de cor. Esse é o cenário, basicamente. E convenhamos, esse painel ficou MUITO legal. A parte em que ela e os dançarinos se requebram na água também ficou boa. E as luzes acompanhando o movimento do corpo também ficou bonito. Resumindo: o vídeo é simples, mas foi BEM EDITADO. E isso conta muito.

A música: Flopou até na Austrália. Mas desde "WOW" não escuto uma música dela tão animada e dançante. Eu gostei!

01. Rihanna – Only Girl

Podem fazer a Aretuza e vomitar quando verem Only Girl em #1, mas antes de lembrem-se de que é apenas minha opinião, e por favor, entendam. OG entra em #1 por que, quando eu vi o clipe, eu simplesmente ODIEI. Achei ridículo. Mal feito. Tosco. E eu nem gostava da música. Mas aí o tempo passou e um dia eu revi o clipe e me apaixonei. A tonalidade vermelha. A fotografia. O figurino da Rihanna. O cenário. As flores, o campo, a árvore, o balanço, o céu, os balões, o rio. O clipe arrasa no conceito. É o melhor clipe da Rihanna na minha opinião.


História: Rihanna está sozinha no mundo. Mas é apenas uma metáfora: ela está sozinha por que ninguém mais importa, ela não se importa. O eu lírico pede: "want you to make me feel like I'm the only Girl in the world" ("quero que você me faça sentir como a única garota no mundo"). E é daquela forma que ela quer se sentir: a única no planeta. E o clipe é isso: Rihanna sozinha, livre. A liberdade é expressa quando ela abre os braços pra cantar, quando ela rola pelo campo, quando ela balança nos céus, e quando ela pula à frente dos fogos que explodem atrás.

A música: A música é grower, ou seja, você vai acostumando. Eu só viciei mesmo depois de muito ouvir e muito atestar "af, que música chata e entediante". Quando lançou, não só eu, mas vários outros, afirmaram que não faria muito sucesso. Ledo engano meu. Demorou, mas Only Girl emplacou e atingiu o topo, ficando em #1 lugar por pouco tempo, mas chegou lá. Até o segundo single, que veio DEPOIS, chamado "What's My Name", alcançou o topo ANTES de Only Girl. Vai entender. Only Girl é aquele tipo de música que precisa pedir licença, é tímida, não entra de uma vez. Mas quando entra, o difícil é sair.

Lobos dentro de mim


Plantei umas sementes em mim, elas cresceram, e formaram uma árvore que tive que arrancar pela raiz. Arranquei com vontade, e me senti oco e leve; vazio e feliz. Tive momentos de descoberta, de fato. Momentos em que eu fazia qualquer coisa banal, como escovar os dentes ou me preparar para um banho – e descobria que de nada adiantaria tanta saliva, tanto suor, tanto lápis (sem borracha!). Era uma descoberta maior ainda perceber que eu era capaz. Foi como dar um voto GIGANTE pra mim mesmo. Eu falo demais, pensei. Obteria o mesmo resultado.

Eis que aquilo que eu tentei cultivar não deu certo. E agora, me incomoda. Tira-me os sonos. Entra nos meus sonhos. Invade meu mundo sem perceber, apenas existindo...

A Adélia Prado fez um poema nesse livro novo dela, chama Alcatéia.

Alcatéia - Adélia Prado

Você reza demais, Luzia.
Que aborrecimento esta sua pressa
em fugir pro jardim com seu rosário.
Quem me dera, mesmo, dia e noite rezar,
estou oca de medo.
É admirável que com palpitações e boca seca
eu suba escada para ver do muro
quem fala tanto palavrão.
Rezar demais é ter rezado nada.
Invejo o bruto,
o que enfia tudo no de todo mundo
e não tem medo de Deus.
Quem me dera os lobos fossem fora de mim,
bastava um pau e os afugentaria.
Mas seus fantasmas é que uivam inalcançáveis.
Só a oração os detém,
a que ainda não sei como fazer.

Eu rezo, mas não sei rezar. Eu não sei espantar meus fantasmas. Eu nem sei quem são.

Se alguém puder nivelar minha brutalidade, terei me esforçado em vão? O povo age como lobo, como borboleta... Mas não age como gente.

Injustiça é se eu pensar que sou vítima de alguma coisa. Só posso agradecer, nada mais.

Justiça. Paz. Amor. Fraternidade. Luz.

Nada sei –

Sempre tem quem saiba mais que a gente.

Noite.

Amigo da Morte


Meu primeiro encontro com a morte foi real. Não aquela tragédia que eu lia e esperava - com ansiedade quase doentia - que acontecesse. Não era só a inevitabilidade que me perseguia; era a ignorância. A ignorância de não saber o que havia além.

Esse ano a perda de uma ex-colega de classe, que estudou comigo tanto tempo, foi novamente efetiva: a juventude não tem poder. A juventude é tão frágil quanto o isopor. Disseminada e pouco densa. Pois morte é pra todos.

E está em tudo. Antes do sofrimento e depois da dor. Com amor ou sem ódio. As vezes é sutileza artística.

Mas é igual, sempre.

E eu sinto que o tempo passou e todos amadureceram e eu não. É aquela constatação do tempo, sabe?

Todavia, tem coisa que transcende. E onde eles estiverem, eles olham por nós. Se amamos em vão ou não, é importante que os amemos então. Isso cruza as barreiras. Isso e outras coisas.

Luz é onda e não precisa de matéria pra se propagar. E antes que chegue a hora de recebê-la, eu tava pensando: pra quê tanta resistência, meu Deus. Se tiver que ser, me faça aceitar. Eu rezo é pra ter essa paz de espírito.

Eu quero ser amigo da morte.

A liberdade para amar


“O homem se parece mais com seu tempo que com seu pai”
Provérbio árabe

Michel Foucault ou a liberdade pra amar
Michel Foucault indicaria em uma entrevista intitulada “Não ao sexo rei” a possibilidade de estarmos assistindo ao fim da monarquia do sexo. "Sexo rei", entendido por ele como o caminho de toda a verdade, Foucault aborda a arqueologia dos acontecimentos no seu discurso, vestígios aparentemente misteriosos, que fazem com que a linguagem e o senso comum tornem-se possíveis. A investigação dos discursos é o método para entender os dispositivos discursivos. Conhecer uma sociedade é descobrir os mistérios de sua fala e também aquilo que não é dito. Foucault retira o determinismo da interdição e estuda a vivência e as idéias que regulam e disciplinam o permitido. Faz referência a uma ciência sexual que abriga o discurso e explicações do comportamento humano. Em outras palavras, o erotismo é a vivência do sexo e a ciência é o discurso em que se fala de sexo. Articula poder, saber e prazer. Derruba a hipótese repressiva que não resiste a um enredo sedutor pois há prazer em ter poder sobre o sexo e há poder em ter prazer. Há prazer em vigiar, punir ou fiscalizar. Há também prazer em transgredir e escandalizar.

A conclusão é que o dispositivo da sexualidade, elaborado a partir da ascensão da burguesia, tornou possível a idéia do sexo simbólico. O processo de construção do sujeito se dá quando a sexualidade não se opõe ao saber e ao poder, mas está disseminada na linguagem, em que existem o discurso da regra e o discurso do próprio sujeito.

É preciso superar a explicação aristotélica, que possui espírito conservador em um universo regido pela finalidade e previsibilidade, onde cada ser ocupa definitivamente um lugar que lhe seria destinado por natureza. Na história da humanidade, teremos capacidade de assimilar novos entendimentos se compreendermos a afirmação e a defesa da liberdade desejada a partir da preservação da vontade.

A afirmação da liberdade se cristaliza, ainda que insinuante, em todas as realizações humanas. Sua função simboliza um valor corrente às vicissitudes da história. É o elemento de referência, de variedade, é a essência fundamental do conhecimento, porque a humanidade consubstancia a capacidade de querer ou não querer.

O conhecimento é um progresso, fruto de conflitos que permitem constantes mutações da realidade, que, apropriada, provoca o desenvolvimento de individualidades em um cotidiano amoroso.

O gozo da liberdade é possível através da emancipação individual, da busca essencial da identidade disseminada nas zonas silenciosas do inconsciente, em que as idéias teimam em permanecer em um processo de “fraquíssima amplitude e longuíssima freqüência”.

Autoria: Thais Soares de Almeida Ramos

Para saber mais sobre Michael Foucault: http://vsites.unb.br/fe/tef/filoesco/foucault/biblio.html

Esste texto foi redigido por minha tia, Thais, e é um trecho da sua monografia de pós-graduação em História.

Só e feliz


Em dias reclusos, falei para mim mesmo: não se enxergue no espelho como enxerga a fome. Dor é inerte e dilacera a alma; solidão é diferente.

A verdade é que eu queria rimar como fazem os poetas.

E se eu falasse para esconder a alma? O meu rosto seria ainda mais pálido, se eu pudesse vê-lo além dessa barba grossa.

Minha mãe mandou deitar, rezar e dormir. Tenho que fazer. Senão, perco o resquício de inocência. Seria como dizer para meus 11 anos: "o mundo não quer que você seja feliz". Talvez.

Quero ser responsável como meus amigos. E quero alguém livre, para ser só. Só e feliz. Casar com a Lua ainda é muito problemático.

Olha quem vê.

Vou esperar sentado


A sociedade morde, mas não mata. Coração de pedra não quebra. Muita gente fala a palavra "Adeus". Pouca gente fica. Muita corre. Alguns não entendem nunca. Outros entendem algo. Ninguém entende tudo.

Ouvir música é terapia. Escrever é um descarrego. Cinema é meu hobby. Dinheiro é a droga da humanidade. Amor de mãe é infinito. E a Julianne Moore é uma ótima atriz.

Mulheres são incompreensíveis às vezes. Homens também. Cachorros nem sempre. Já tentei lutar contra minha arrogância. Já tentei lutar contra minha família. Já tentei lutar contra meus amigos.

Aprendi a valorizar a aparência e faço isso com intragável perfeição. Acostumei-me a reclamar e pouco agradecer. E quando percebi, me tornei normal. Aprendi com a natureza a me achar criativo. Aprendi a mentir pra mim mesmo, e foi fácil.

Não larguei meu jeito maniqueísta de ser. Mas sempre escolhi a luz acesa. Escolhia por medo.

Houve algum tempo em que a beleza exterior era a verdadeira? Tudo é possível. Os opostos se alternam no trono, às vezes.

Meu avô pegava carona com desconhecidos. Quero a liberdade de hoje e a paz de ontem. Ou era uma falsa paz? Distante do conflito... Pelo menos agora o caos está espalhado. Bobagem é achar que não tem gente em situação pior que a nossa. Aqui não tem nada ruim assim.

E se quem disse adeus está do outro lado debaixo, então eu não quero mais fugir. Fugir fatiga. Esperar é tão mais prático. Espero a chuva passar, espero o céu abrir... E sumir. Espero sentado na beira da praia. Eu sei que espero você chegar.

All the lonely people... All you need is love.


Segunda feira eu vi Across The Universe e é simplesmente fantástico. Muito aleatório e trash em alguns momentos; mas to numa vibe tão Beatles essa semana que minha compatibilidade com a Cynthia no last.fm aumentou consideravelmente.

Esse feriado foi definitivamente um momento de descobertas. Descobri que a matéria, que eu desejei, veio anexada a outra coisa mais. Taí: não há matéria sem alma. Não na minha vida. Eu já falei aqui e repito: se a gente pudesse entender o tempo de outra forma... Entenderíamos melhor por que os eventos que acontecem na nossa vida acontecem da maneira que... acontecem. Acontece que aconteceu o inevitável para muitos, e que eu pensei que era controlável para mim, e não foi. Estou me entregando.

Quero cantar If I Fell no ouvido de alguém e quero que isso signifique algo. Por que meu corpo já dá sinais de alergia. Alergia à ausência. Estou aprendendo a me apaixonar pelos dois lados. O mundo me deu tudo que eu pedi.

E chego num estado de abarrotado. Estou abarrotado de amor pra dar e isso está transbordando. Olhei hoje pra foto minha e da Natália, na caneca que ela me deu, e lembrei da nossa rotina. Rotina é bom. É disso que a vida é feita. Não de idealizações. No final das contas, a única coisa que temos, que é sólida, é nossa vida de cada dia. Nossas simplicidades. E olhar praquele singelo presente me fez pensar muito nisso.

E por falar em rotina, expresso aqui minha saudade do Samu, que parou de dar notícias agora que se assentou naquela ilhazinha. Esqueceu da terra é? Tudo que vai volta, você foi e vai voltar também! A noite de Belo Horizonte não é a mesma com você aí.

Pra finalizar esse pobre post, uma conclusão: somos sensíveis. Impossível não enxergar sensibilidade na nossa razão. O fim da inocência não finda o amor. Amor é automático e age por si só. O difícil não é deixá-lo agir; é admitir que não se pode controlá-lo. Working on it.

Um alô.


Karaoke Party

Descobri um site de karaoke ótimo. 


Vc só precisa ter um cadastro no site e um microfone instalado ao PC. Algumas músicas são pagas, mas a maioria é de graça. Ah, só tem músicas em inglês. Há opção de cantar com o instrumental ou com a música original; de qualquer uma das formas, é bem difícil. O site tem um sistema que compara o som captado pelo microfone com as notas da música original e imprime uma nota baseada nisso. Ou seja, quanto mais você se assemelhar à melodia original, maior a sua nota. Claro, para pessoas com o timbre de voz como o meu, isso é praticamente impossível com quase todas as músicas. Mas vale a pena a diversão. Nesse site eu encontrei instrumentais que sempre procurei e nunca achei.

Agora quem quiser pode montar sua própria Karaoke Party. Só ligar o pc num telão e arrumar bons microfones... Vou fazer uma aqui em casa um dia desses. Não demora.

Cantem! Espantem!

La Roux - a "boa nova" do pop britânico

Maria Gadú Inglesa, Lady Gaga Britânica, Homem, Mulher, Mulher e Homem, nem Mulher nem Homem: não tente descrever a vocalista da dupla La Roux. Muita gente acha que La Roux é o nome dela, mas não é - La Roux é uma dupla formada por Elly Jackson (a mulher) e um cara invisível que nunca aparece em clipe nenhum chamado Ben Langmaid. Tá, ele não aparece muito (em uma foto ou outra, promocional, ou em eventos) mas com certeza é parte essencial na produção e composição.

A música de La Roux tem influências no pop britânico de 1980 (não me perguntem mais nada além disso), e nome "La Roux" é uma mistura dos termos Le Roux e La Rousse, que, em francês, significam "ruivo" e "ruiva", respectivamente. Elly disse: "Para mim, La Roux significa "red-haired one" - e significa, vagamente. É apenas uma versão masculina de "red-haired one", o que eu acho mais legal, já que eu sou meio andrógina mesmo. Então meio que faz sentido"

Eles só lançaram um CD até hoje (devem estar gravando o próximo, ou no processo). Já lançaram 5 singles, 4 video-clipes (estamos no aguardo do 5°, da música "Tigerlily"), e tanto o álbum como os singles foram muito bem recebidos no Reino Unido. E pra quem ouviu "Bulletproof" e logo pensou "Meu Deus, eles tem que lançar isso nos EUA, vai fazer muito sucesso" - estava certo. La Roux estreou na terra do tio Sam esse ano, com seu single de maior sucesso na Inglaterra ("Bulletproof") e a música foi MUITO bem nas paradas americanas, levando em consideração a divulgação reduzida e o fato da banda ser totalmente desconhecida.

Vale muito a pena escutar Bulletproof. Taí o vídeo:

O pra sempre acabou

A tela do meu computador está acesa e é a única fonte de luz que ilumina o meu quarto. As lembranças de um encontro que parecia impossível, retumbam na minha mente dizendo "durou pouco demais". Sim. Acabou sem deixar cansaço. Acabou sem avisar, sem permitir nem uma promessa de futuro concreta. É tudo tão incerto...

Eu estava ouvindo música no ônibus hoje (eu sempre faço isso - minha mãe fala que um dia roubar-me-ão o celular e foder-me-ei) e sabe aquele tédio tão egoísta que te faz desejar uma tragédia? É o desejo de ter algo com o que sofrer, algo pra chorar, algo pra mudar sua vida. Ou então alguma coisa pra te chamar de volta, te apertar na vida, fazer você se virar. É muita mamata minha. Esse egoísmo é natural. Só a gente tem isso. Por que a gente nunca passou fome, nem frio... E sempre teve onde morar. Só por isso.

E coisa pra sofrer tem aos montes. Continuo precisando mais de matéria do que de alegria. Nunca estive tão carnal. As vezes penso que em estados de extrema fome, seria capaz de comer alguém, cru, vivo. É uma coisa meio Clarice Lispector isso, (mas ainda não é tão sinistro e chocante como comer uma barata). Do que eu preciso, só matéria me satisfaz. Meu coração não grita de carência; minha pele grita. Exige.

Olhar para o Céu me deixa criativo. Tenho saudades das luzes que eu via no trajeto de volta do colégio quando estava na sexta série... Dos amigos que fiz no Colégio Promove, e nunca mais tive contato... Do cheiro do macarrão que a minha empregada fazia quando eu tinha 10 anos... Das brigas com meu primo mais velho... De ver o velocímetro do vovô chegar à 135km/h na BR 381... Das festas juninas no colégio Tiradentes... De jogar TRUCÃO em Araxá até 00h (mesmo sem saber NADA! KKK) ou então de fugir do hotel em Araxá mesmo, subir numa árvore de 5 metros, cair, machucar, e depois perder o chinelo na estrada... Sinto falta de gritar que o Brasil é tetracampeão sem saber o que aquilo significava... De nadar no clube do Retiro... Sinto falta de Santa Mônica também, e só Deus sabe o quanto eu queria lembrar mais das viagens à Santa Mônica, a família toda, todos juntos... Lembro de tentar furar uma onda de trinta centímetros e de procurar siris na areia da praia. Lembro de brincar de mágica (rodando o balde e não deixando a água cair) e de me espantar com a coragem de minha tia Adriana, que jogava pingue-pongue na chuva, apenas de biquíni.

Sinto falta de brincar na loja da Suzana em PL... Ou de pular carnaval vestido de Aladin... Até de fugir da enchente, eu sinto falta, acreditam? Era tenso, as ruas enchiam muito de água e ficava impossível transitar. O ribeirão transbordava MESMO. Sinto falta de vagar independente (aos 7,8 anos) pelas ruas de PL, me achando o tal... E de andar de bicicleta com meu pai nessas mesmas ruas. Minha bunda doía.

Quero voltar para o dia em que li Harry Potter pela primeira vez. É isso. Lembranças se misturam com a realidade o tempo todo. É clichê. Mas é assim que eu vivo. Sou um eterno saudosista da minha infância querida...

Não sei se agüento mais um semestre sem o meu sonho. Eu ainda sou incompleto, meus amigos sabem porquê. Até quando? Até o dia em que eu finalmente aprender que isso não tem valor? Sou tão teimoso.

O pra sempre acabou. E estou tão preso ao lugar que pertenço...

Como se eu entedesse de Arte...



Kieron Williamson é o novo Picasso. Tem 7 anos de idade e seus quadros são vendidos por cerca de 50 mil dólares cada. Gente, isso é muita coisa.

Mas o menino é um prodígio. Olha esses quadros. Quem é que pinta uma coisa dessas aos sete anos? Quer dizer: quem é que pinta uma coisa dessas???

Taí uma coisa estranha... O dom pra arte. Não entendo como uma pessoa pega um pincel, umas tintas, e consegue retratar tão perfeitamente as cores do mundo. Os conjuntos das cores que formam os objetos, as paisagens... Os degradês... Como conseguem ser tão perfeitos, reais, tão fieis à realidade? Eu não entendo. E até os que pintam figuras abstratas: como conseguem ser tão abstratos e perfeitos? Eu seria incapaz de pintar algo dessa forma. Isso é um Dom.

Assim como a voz, como tocar piano, ou atuar... Tá, existem técnicas. Há como estudar e ser um bom profissional. Mas e a criatividade nata? E a habilidade de surpreender, de inovar, de criar? Habilidade de improvisar e ser aplaudido, e não repreendido. Eu acredito no talento. Eu acredito que pode-se estudar pintura uma vida inteira; Kieron Williamson vai aparecer aos 7 anos de idade e pintar um quadro mais bonito e perfeito que o seu, para os olhos do mundo.


Loucura a gente vê no espelho.


Imagem: "Espelho da Loucura" - Antônio Cabral. Resto da obra dele no link abaixo:


As pessoas quebram, partem.  Sonham. Quando eu sonhei, eu sonhei que estava voando. A cidade parecia enorme... E eu tentava alcançar os prédios mais altos, sempre. O medo de cair só surgia quando eu começava a descer, íngreme, veloz: eu via o chão. Era o medo da realidade.
A pergunta mais difícil que eu já respondi: “você valoriza mais uma imaginação complexa ou um bom senso de realidade?”.
Eu não sei o que eu valorizo mais. Eu não seria feliz se eu não pudesse imaginar. Criar (ou pelo menos ter a sensação de estar criando algo). E eu me considero uma pessoa realista. Pessimista. Pragmática; objetiva, radical. Só penso na realidade, antes de agir. Não crio expectativas. Quando não estou apaixonado por alguém, estou apaixonado pela vida. Eu acho que eu faço a troca: alguém pela vida. Troca perigosa, mas eu faço assim mesmo. Deve ser por que eu ainda sou jovem, inconseqüente. Mas enfim, o fato é que eu me considero realista. E amo isso. Amo muito. Tenho orgulho. Mas sou tão ingênuo... Tão trouxa. Costumo dizer que não confio em ninguém, nem na minha alma. Mas acabo confiando. E quebro a cara! Como assim, confiar em tão pouco tempo. Achar que eu conheço. Eu pedi a Deus a coisa errada, sei que pedi. E o pior é que veio. Nunca mais cometo esse erro. Nunca.
E aí que eu tenho orgulho de um realismo que é passado pra trás com muita facilidade. Blá. Minha imaginação é outra coisa. É inacessível. Quem teve acesso, até hoje, não entendeu. Não tem como entender. O dia em que eu conseguir transmitir parte da emoção que eu sinto, que eu sinto FORTE, entranhado na minha pele, as coisas que eu penso, que eu imagino: eu serei completo. É um sonho meu... Uma realização. Me sentiria realizado se pudesse um dia fazer alguém ler ou ver, e sentir o que eu sinto. Se emocionar com o mundo que floresceu na minha cabeça. Quantos sonham isso, e quão poucos são os que conseguem...
Isso é junho que passou e não deixou nada pra trás quase. Nas férias a minha expectativa é de produzir, sempre. E continua sendo decepcionante. Tenho um novo prazo agora, sempre um novo prazo, sempre um adiamento.
E a minha resposta praquela pergunta difícil foi: “uma imaginação complexa”. Sim, é definitivo. Por que eu sei que o bom senso de realidade vai me dar equilíbrio, vai me dar segurança; mas é a imaginação que vai me levar aonde eu sonho um dia chegar. E se Deus quiser, eu vou chegar lá.
Até lá, vou voando. Não preciso do mundo como eu achei que precisava. Preciso das flores, do campo, das estrelas... Preciso de matéria, mundo é loucura. E loucura a gente vê no espelho.

A única exceção


A música que mais me descreve no momento é “The Only Exception” , do Paramore.
Tem um trecho assim:
“Maybe I know somewhere deep in my soul
That love never lasts
And we've got to find other ways
To make it alone or keep a straight face
And I've always lived like this
Keeping a comfortable, distance
And up until now I swored to myself
That I'm content with loneliness,
Because none of it was ever worth the risk
But baby, you are the only exception”
“Talvez eu saiba, no fundo da minha alma, que o amor não é para sempre
E nós temos que achar outras maneiras de viver sozinhos, ou manter uma expressão séria.
E eu sempre vivi desse jeito, mantendo uma confortável distância, e até hoje eu jurei para mim mesmo que estou satisfeito com a solidão, porque nada nunca valeu a pena.
Mas baby, você é a única exceção”
Eu sempre costumo dizer para mim mesmo que sou feliz sozinho, sou satisfeito sozinho e não preciso de ninguém, só de mim mesmo. Eu mantenho essa carcaça de auto-suficiência firme e forte, na maior parte do tempo.
Mas a vida é imprevisível. E hoje eu me despi. Encontrei minha única exceção.


Eu e o tempo

Gente, estamos no meio do ano já.

Eu descobri que faculdade não muda drasticamente sua vida social. Na verdade, não muda muito sua vida. Você só amadurece as idéias... deve ser algo biológico. Ou então deve ser por que, de uma hora pra outra, vc tem que cuidar da sua vida sozinho, resolver tudo sozinho e ninguém assume responsabilidade por você. NENHUMA. Mas o que eu quero dizer é: muitas pessoas já viviam assim antes da faculdade, então... Ela não serve pra muita coisa. É um caminho que cedo ou tarde o jovem adulto vai ter que passar.

E o pior é quem continua se recusando à assumir a responsabilidade da própria vida. Pra que protelar tanto a felicidade? É por que não enxerga?

Liberdade é felicidade, mas a liberdade só vem com esforço. E esforço é uma grandeza individual. Não, não me venham com essa de trabalho em grupo: eu sei que funciona bem em conjunto. Mas na essência, são vários esforços individuais agindo pela mesma causa, né?

Eu tava escaneando umas fotos antigas outro dia, e desejei ter fotos com amigos que fiz nessa década para escanear. Dá uma sensação de “geração ultrapassada”, todo esse negócio de saudade. Acho que é isso: Vc sempre sente saudade na vida, desde que nasceu; mas as coisas mudam quando vc aprende a dar nome pra esse sentimento. SAUDADE. Quanto entende que as coisas não voltam, e que não voltam MESMO. E esse discernimento a gente não tem aos 10. Pouco aos 15. Muito aos 60, imagino. Sou um jovem muito idoso pra minha idade... Espero poder ser um idoso jovem (antes tarde do que nunca!).

Só sei que em agosto faz 8 anos que meu avô faleceu. E eu fico contando essas coisas, como sou tolo. Contabilizar o tempo... Como se fôssemos capazes de entendê-lo, de classificá-lo, de limitá-lo. O tempo é muito maior que a gente. Nós não entendemos o tempo, estamos longe de dominá-lo. Temos uma vida tão curta, que se pudéssemos perceber fisicamente o tempo como ele é – não viveríamos. É um mecanismo de sobrevivência: um switch que a gente ativa em algum lugar do cérebro pra ignorar que as horas correm muito mais rápido. Ou melhor: que as horas não correm, e isso é apenas a percepção que nós temos do tempo. Será que as pessoas param pra pensar nisso, ou eu que sou muito a toa?


Sabe o que é incrível? Nada mudou. E ainda ousam dizer que o tempo não é constante...


O primeiro passo de um homem


 
Somos comuns. Na raiz da espécie, temos um padrão, uma característica presente em todos: a força criativa. Mas ela é uma ilusão; não criamos nada... Fomos criados.

Enquanto eu me fecho em mim mesmo, e passo horas procurando aflito o rastro de inspiração que penso sempre existir, eu reflito: estou apenas juntando peças. Montando o mosaico de uma perspectiva nova (ou nem isso).

O primeiro passo pra se tornar um homem é aceitar a própria mediocridade.


Teaser Trailer: Harry Potter and The Deathly Hallows I



E saiu um teaser trailer de HP7! Pelas cenas contidas no trailer, sou obrigado a acreditar que o trailer contenha cenas das DUAS PARTES. Se você não gosta de spoilers, não leia:

No trailer observamos um comensal se interpondo à frente do expresso de hogwarts (possivelmente Yaxley). Também da pra ver Harry Beijando gina na frente da escadaria de hogwarts (uma cena da 2ª parte, possivelmente). Vemos a proteção em torno de Hogwarts se desfazendo, um dragão acorrentado destruindo o saguão de gringotes (2ª parte), o trio aparatando no Chalé das Conchas durante a fuga da mansão dos Malfoy, Harry na frente do túmulo de Dobby, e outras cenas interessantes.

Fiquei surpreso que eles não cortaram a cena da emboscada que o trio sofre no pub/café trouxa!

Bom, mais um filme vai chegar, e a esperança de que essa adaptação talvez possa sair um pouquinho melhor que os fiascos anteriores não morre nunca. Somos fãs de Harry Potter genuinamente brasileiros e não desistimos de esperar um filme fiel. Acho que vamos morrer nessa espera, fato.

E vai acabar! Ano que vem a última parte chega ao cinemas e o fim é definitivo. Quem sabe num futuro um pouco distante, não façam um remake mais fiel, ou uma série de televisão... Até lá, Harry Potter vai viver só em nossas almas. Como é bom fazer parte da geração potteriana!

Passando a Limpo: All The Lovers - Kylie Minoge


CLIPE : All The Lovers – Kylie Minogue

 
Kylie ousou na coreografia do clipe. Eu não estou falando da ousadia por causa das cenas sexuais e da “suruba geral”. Ousou por que colocou a temática do sexo sem afrontamento, sem pretensão de desafiar ou chocar a sociedade. Ousou por que ao contrário de Lady Gaga, Madonna e derivados, não ligou o sexo ao pecado; e sim à salvação, à pureza. No clipe de Kylie, o prazer é puro e santificador: vamos todos fazer sexo pra irmos direto para o céu. Cleycianne vai amarrar 5 vezes.

Sigam a pomba de Kylie: parem de brigar e façam mais sexo.

A Copa do Mundo é Nossa



E aí que já passou 4 anos (mas ainda parece que foi ontem que você e eu vimos a cabeçada de Zinédine Zidane em Materazzi, o Roberto Carlos ajeitar a meia enquanto a frança fazia um gol e o Zico fingir que se importa com Brasil cantando o hino durante o jogo contra o Japão e momentos depois lascar no Parreira um gol com poucos minutos de game) e aqui estamos nós, em mais uma copa do mundo. Mais um momento de alegria, de união entre as nações, de paz, (de extração de petróleo no Iraque, de conflitos na faixa de gaza e de um turismo e lucro fo-di-dos na África do Sul). Enfim.

O que me deixou intrigado um tempo atrás foi por que todos estão tão “mais entusiasmados” com essa copa do que em 2006. De fato as condições são totalmente diferentes: na última copa o mundo estava voltado para uma cultura que todos já conhecem muito bem, a cultura dominante da Europa ocidental. Além disso, a Alemanha era um país desenvolvido; era esperado um espetáculo, a copa mais moderna de todas as copas até então. Dessa vez é diferente. O mundo voltou os olhos pra África, o continente das mais incríveis belezas naturais e das maior tragédia humana: a miséria. Mas a cultura deles é diferente. TOTALMENTE diferente, devo dizer. E os africanos se assemelham mais aos brasileiros nos costumes, na alegria... São mais festivos, mais calorosos, mais tropicais. Deve ser por isso que os brasileiros estão tão animados, tão ansiosos: a copa tem mais a nossa cara do que nunca. E além disso, é a última copa antes da copa aqui no Brasil! Felicidade enorme ter duas copas seguidas em família.

Tenho certeza que o tratamento é diferente na África do que foi na Alemanha. Não estou desprezando a festa e o auê que os alemães fizeram (pelo contrário, nove meses após a copa, houve um boom de nascimentos na Alemanha, me pergunto o porquê –rs). Mas os jogadores e suas torcidas serão recebidos de outro jeito na África, isso pode apostar.

Por que eu digo que todos estão mais ansiosos do que em 2006? Ah , isso é óbvio! Olha a falação em torno da convocação, por exemplo. Essa preocupação toda mostra o tanto que estamos tensos em mostrar o nosso futebol sem vexame, sem corrupção, sem lavagem, e ganhar o hexa. Até por que, se a Itália ganhar, não seremos mais os únicos pentacampeões.

Podem falar o que for. Minha opinião é de que o Dunga sabe o que tá fazendo. Ele não é um parreira da vida, lambe chão de estrelinhas européias que não sabem brilhar em conjunto. Ele é como o filipão; e quanto menos pressão houver sobre esse elenco, melhor. Aposto em Brasil x Alemanha na final. E Itália e Espanha para 3° e 4° lugar. (Sério, estou apostando isso em todos os bolões evvarrr).

Agora essa música da Shakira – This Time For Africa, por que ela é melhor que a wavin flag e ninguém me convence do contrário!